16 de julho de 2007

Que tipo de desenvolvimento a Vale quer?

Pessoal,

A regra que norteia hoje a ONU no que tange ao balanço do desenvolvimento tem outras dimensões, além da econômica, e devem ser computadas quando se afere o desenvolvimento de uma população questões como: direitos humanos, meio-ambiente, IDH, entre outros.

Isto torna a estatística humana como princípio reitor de inovação em relação ao indicador de desenvolvimento predominante até recentemente, o PIB per capita, o qual considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento.

No postado pelo meu amigo José Maria Quadros de Alencar, no
Blog do Alencar, há uma novidade que eu gostei e que muito trata da possibilidade de que Vale do Rio Doce esteja fazendo seus relatórios, por obrigação (é bom que se diga), com indicadores de respeitabilidade ao meio ambiente, direitos humanos, cidadania, entre outros.

Leiam, vocês vão gostar.

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Você já ouviu falar no GRI? E na CVRD? E em trabalho forçado?

Trabalho forçado é o termo técnico para designar aquilo que a imprensa chama de trabalho escravo.

CVRD é a mineradora que explora a província mineral de Carajás, aqui no Estado do Pará, também conhecida como Vale do Rio Doce ou simplesmente Vale. Apesar da notoriedade, não é muito conhecida no Estado. Ou pelo menos não é conhecida na medida necessária. Só os leitores do Jornal Pessoal, do Lúcio Flávio Pinto, ficam sabendo um pouco mais sobre ela. A maioria conhece o supéfluo - mostrado pela própria em todas as mídias - e ignora o essencial.

GRI é a sigla do
Global Reporting Initiative, uma ampla rede multistakeholder composta por milhares de especialistas de dezenas de países em todo o mundo. Eles participam dos grupos de trabalho e órgãos de governança da GRI, usam as Diretrizes da GRI em seus relatórios, acessam informações em relatórios baseados na GRI ou contribuem para o desenvolvimento da Estrutura de Relatórios de outras formas, tanto formal como informalmente. A GRI é um núcleo oficial de colaboração do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Encontre outros participantes da rede GRI ou entre em contato com aqueles que formam o seu grupo de stakeholders. A CVRD se prepara para elaborar seu Relatório de Sustentabilidade conforme as diretrizes do GRI, divulgadas no Brasil pelo Instituto Ethos. Não vai ser tarefa fácil para uma empresa do seu tamanho. Mas é uma tarefa necessária, pois essa é atualmente uma exigência do mercado global onde ela é um grande player.

Desse relatório constarão Indicadores de Desempenho Referentes a Direitos Humanos e nesse grupo são classificados como essenciais aspectos relacionados ao TRABALHO FORÇADO OU ANÁLOGO AO ESCRAVO, (código HR7) e nele constarão operações identificadas como de risco significativo de ocorrência de trabalho forçado ou análogo ao escravo e as medidas tomadas para contribuir para a erradicação do trabalho forçado ou análogo ao escravo.

Essa não é uma boa notícia para fornecedores de bens e serviços ou compradores de minérios da Vale que vez por outra são pilhados nessa baixa prática.

Saia justa vai ser tratar dos indicadores de desempenho relativos à sociedade [que] enfocam os impactos que as organizações geram nas comunidades em que operam e a divulgação de como os riscos resultantes de suas interações com outras instituições sociais são geridos e mediados. É que nessa parte do relatório buscam-se em especial informações sobre os riscos associados a suborno e corrupção, influência indevida na elaboração de políticas públicas e práticas de monopólio..

Quando sair esse relatório ele deveria ser leitura obrigatória de governantes e dirigentes do Estado do Pará e de seus Municípios.

E não seria má idéia adaptar as diretrizes do GRI para redigir a Mensagem anual do Poder Executivo à Egrégia Assembléia Legislativa do Estado do Pará.

Pelo menos assim o Estado e a Vale teriam um documento com estrutura metodológica comum para estabelecer um diálogo em outros termos que não os atuais.

Um comentário:

Anônimo disse...

Taí uma boa novidade, Lauande!