Bons ventos o tragam no seu blog e que sejam aqueles que vêm pela esquerda. Fiquei muito curiosa, gostaria que você me explicasse a diferença semântica entre ideologia e "ideologia" (que você diz ter um uso coloquial) que você disse ontem ao Pedro Cunha. Ai, de nós pobres ignorantes que pra discutir política precisamos de um dicionário de palavras academicamente corretas ou coloquialmente corretas. Já imaginou um candidato da esquerda, num palanque, que interrompe seu discurso pra explicar com que sentido está empregando a palavra ideologia. Ah!, coloque no Blog sua resposta.
Beijos,
Beatriz Hezth.
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Querida Beatriz,
Certamente são os bons ventos que me trazem, ventos de esquerda também. Em relação ao emprego do termo ideologia: existem várias interpretações para a palavra ideologia. O marxismo ortodoxo classificava com o resultado da "consciência alienada" ou "falsa consciência", tanto dos trabalhadores não iluminados pelos "super heróis", como da própria burguesia. Passando do conto de fadas para um marxismo de mais alto nível, Althusser (foto acima) definiu ideologia como interpretações que fizemos sobre todas as coisas, a partir de um conceito que surgiu da psicanálise lacaniana chamado "sobredeterminação". Mas Althusser não conseguiu romper com o determinismo essencialista do marxismo, o de que a infra-estrutura determina os padrões de uma sociedade em última instância. É uma pena, dizia Foucault! Utilizo academicamente o termo ideologia para designar a maneira como a qual interpretamos e construímos o social.
Desta maneira, tudo está no terreno da ideologia. Não há distinção entre ideologia, como campo das idéias e uma realidade lá fora. Idealismo e realismo são inseparáveis nesta acepção. Utilizei o termo ideologia de forma coloquial, no sentido mais senso comum que designa a este termo o sentido de que ter ideologia é ter uma proposta "utópica" de mundo. Por isso que disse que o PT não tem ideologia nesse sentido, por favor, somente nesse sentido. Com relação a um político de esquerda explicar num palanque o emprego do uso desta palavra, aí é complicado, talvez por isso que eu não seja político de palanque! Ahahahah. Mas, não estamos num palanque, estamos num espaço blogueiro. Nosso nível de análise é outro.
Aquele abraço,
Lauande.
Querida Beatriz,
Certamente são os bons ventos que me trazem, ventos de esquerda também. Em relação ao emprego do termo ideologia: existem várias interpretações para a palavra ideologia. O marxismo ortodoxo classificava com o resultado da "consciência alienada" ou "falsa consciência", tanto dos trabalhadores não iluminados pelos "super heróis", como da própria burguesia. Passando do conto de fadas para um marxismo de mais alto nível, Althusser (foto acima) definiu ideologia como interpretações que fizemos sobre todas as coisas, a partir de um conceito que surgiu da psicanálise lacaniana chamado "sobredeterminação". Mas Althusser não conseguiu romper com o determinismo essencialista do marxismo, o de que a infra-estrutura determina os padrões de uma sociedade em última instância. É uma pena, dizia Foucault! Utilizo academicamente o termo ideologia para designar a maneira como a qual interpretamos e construímos o social.
Desta maneira, tudo está no terreno da ideologia. Não há distinção entre ideologia, como campo das idéias e uma realidade lá fora. Idealismo e realismo são inseparáveis nesta acepção. Utilizei o termo ideologia de forma coloquial, no sentido mais senso comum que designa a este termo o sentido de que ter ideologia é ter uma proposta "utópica" de mundo. Por isso que disse que o PT não tem ideologia nesse sentido, por favor, somente nesse sentido. Com relação a um político de esquerda explicar num palanque o emprego do uso desta palavra, aí é complicado, talvez por isso que eu não seja político de palanque! Ahahahah. Mas, não estamos num palanque, estamos num espaço blogueiro. Nosso nível de análise é outro.
Aquele abraço,
Lauande.
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