17 de dezembro de 2006

A vida: um bem precioso

Caros amigos,

Finalmente ontem eu li a pesquisa de "Estatísticas do Registro Civil", divulgada pelo IBGE, que mostra um retrato preocupante do País neste três anos (2004 e 2005). O coordenador do levantamento, Tadeu Oliveira, simplesmente qualificou o número de mortes de jovens com idades entre 15 e 24 anos como uma "questão de saúde pública". Concordo com ele.

Olha o que ele diz: "São óbitos plenamente evitáveis de pessoas que se encontram no auge de sua força laboral (de trabalho)", referindo-se às mortes causadas por acidentes de trânsito e assassinatos. Apesar de toda a importância dada pela opinião pública aos problemas de segurança pública e à carnificina no trânsito, os números exibidos pelo IBGE exigem mobilização ainda maior. No momento, os esforços não estão sendo suficientes.

Agora vejam isso. Em 1990, 14,17% das mortes ocorridas entre os homens eram motivados por causas externas, como homicídios, suicídios e acidentes de trânsito, por exemplo. No ano passado (2005), o índice atingiu 16,31%. Entre as mulheres, no mesmo intervalo de tempo, o índice passou de 4,33% para 4,53%. Entre os homens, os jovens de 15 a 24 anos são os mais atingidos pelas mortes violentas. Isso é impressionante.

Avalio que é impossível que a desvalorização de vida atinja tão elevado patamar. Todos os esforços para a melhoria de qualidade de vida da população, em prol do avanço da longevidade, do combate à mortalidade infantil - a própria pesquisa do IBGE aponta a redução no número de mortes de crianças -, enfim, da construção de um país melhor, acabam se esvaindo em estatísticas aterradoras. Ainda mais dramática, como afirmou o técnico do IBGE, é a circunstância de que as mortes são evitáveis. Para evitar a mortandade, seriam necessárias as adoções de políticas públicas efetivas na segurança pública e trânsito.

Em média, todos os dias morrem quase doze paraenses em conseqüência de homicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas, suicídios, queimaduras e demais causas externas. Além de todo o sofrimento provocado pelas perdas em milhares de familiares e amigos, as mortes por causas externas implicam imensos prejuízos econômicos.

Mesmo assim, os números não arrefecem, e a sociedade, na minha opinião, não parece compreender a dimensão do problema. A vida, o bem mais valioso da humanidade merece muito mais respeito. E pra mim a pesquisa do IBGE apenas mostra a desvalorização de um bem tão importante: a vida da condição humana. Por esses motivos que avalio essas questões no âmbito da saúde pública e deveria ser sempre uma preocupação societária.

Aquele abraço,
Lauande.

3 comentários:

Anônimo disse...

Também acho que a sociedade não parece compreender a dimensão desse problema, mas aí no meu ver deveríamos debater mais com os governos e ao invés de fazer propaganda dos seus governantes poderia fazer publicidade educativa. Lauande, fica aqui minha proposta: que tal gastar mais com propaganda educativa?

Anônimo disse...

muito seu texto, meu sobrinho querido.

Anônimo disse...

eu quis dizer muito bom teu texto