2 de janeiro de 2007

Mais que a barbárie do Saddam...

Eu não vou falar da morte do Saddam. Foi a barbárie. Quero escrever sobre o que eu acabei de ler. Faço aqui um breve resumo: segunda a Folha de São Paulo, no balanço do mês de Dezembro/06, as forças ocupantes dos EUA já sofreram 80 baixas, 48 das quais durante os dois dias do passado fim-de-semana em combates e emboscadas montadas pela resistência, com particular destaque para os enfrentamentos ocorridos na província de Bagdad e na insurrecta região ocidental de al-Anbar. O número oficial de soldados norte-americanos mortos no Iraque ultrapassou os três mil.
Que marca triste!
Pronto: era barbárie que tanto Bush queria.

3 comentários:

Anônimo disse...

Coorreto: é a barbárie. Eu queria mesmo é que Bush fosse enforcado.

morenocris disse...

Lauande, será que ele vai ficar com raiva ? Sou a única pessoa que tem esse material !
Estou com receio! Faço qualquer coisa por ele, neste mundo!
É meu amigo muito querido!
Não quer consultá-lo primeiro?
Remova este comentário após retirar a poesia.
Beijos. (salve-me Deus!)



ao vento, ao léu, ao créu

gira o sol pelas paredes do carro, gira
minha mão ao redor do teu corpo, giram
meus olhos atrás dos teus, meus dedos
entre os vazios dos teus
dedos

o carro corre, o carro
quase nos embala
ao som dos tangos de astor piazzola
ecoando pelos meus ouvidos,
só.

o rádio grita,
o carro quase voa,
voam os teus cabelos
e se afogueiam
os teus olhos, teu corpo
queima o desejo de sentir o meu
e eu
o teu

debulhando teus cabelos colhi
o interior escondido na vertente
de tuas ancas
anaïs
que naveguei
com meus lábios sugando beijos
guardados como segredos
nos teus seios

neles tentei encontrar
mais que inventar
(mágico amoroso)
e outros inventos forjei
prolonguei
dentro de ti

quem sabe a navegação dessas espinhas
dorsais, quem
por esse dorso
deslizou seu corpo e teceu
manhãs ensolaradas na tua face, quem
fez das palavras espelho de gozo
e ativou o canto do teu ventre:
quem?

na trilha que abri
não ficará nem ao menos
um dos meus suspiros
ou qualquer sinal da minha presença

seria
como se deus tivesse feito ali sua
morada –
deus:
este claro conhecimento do que não sabemos –
amor:
esta forte lembrança do que esqueceremos –
minha
ficará a sensação que deixei ao sair com meu corpo
do teu

o sopro sim
que soprei
ficará
porque alegra e reconforta
sem nos exigir, como a flor no jardim,
cuidado e memória

os pássaros que criei, os rios
que fecundei, as ilhas que plantei,
o jacamim que voou de entre as minhas pernas para a tua
janela, o riso que cheguei a armar,
mas não sorri,
meu camuflado afeto, a coragem
para as decisões que esqueci no bolso traseiro do jeans
e não viste
nem te falei

o nervoso abanar das tuas mãos diante dos meus olhos
(falam mais que tua boca elas por ti?)
aquela entrega inesperada,
surpresa bela ovulando o lençol,
as madrugadas
(ah, as madrugadas...)
que adiamos de nós, o manto que tecemos
promessa –
para esconder o desafio,
mútuo, duro, duo

o que
prenunciei, anunciei, aliciei,
o que
antecipamos e não fizemos,
os tangos de piazzola
que te levaram a mim
e me levaram
sabe deus a quem

o que me deste
ficará comigo
e nos magros atos de amor
esgarçados
pelo medo
de lançar sobre a nervura do meu corpo
e a tessitura do teu
as sementes que o vento
rodo-piante
em nosso nome
espalhou
pelo tempo
além


(São Paulo, 1969)

Anônimo disse...

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