11 de junho de 2007

A escola brasileira é chata e burra


Eu viajo muito pelos sites das áreas de educação.

Hoje eu viajei, como já de habitual, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP). Sou fã do INEP.

Fuçando tudo, eu encontrei um relatório interessante sobre um dado estatístico de uma legião de 1,7 milhão de jovens brasileiros entre 15 e 17 anos que estão fora da escola. Abandonaram as aulas por falta de vontade de estudar.
É triste, mas é verdade.

Análise do INEP mostra que 40% dos jovens fora da escola a deixaram por desinteresse. A busca de emprego vem em segundo lugar (17%). Por mais que se matizem os dados -não se pode excluir, por exemplo, uma soma de dois ou mais fatores para explicar a evasão -, o diagnóstico de que a escola "é chata" é indisputável.

Eu sempre digo que nossas escolas só querem reprovar e criar muitas responsabilidades aos alunos. Isso é anti-pedagógico. Aí muitos professores dizem que os alunos que são culpados dessa dita reprovação. Idiotice isso.

Por isso, eu avalio que despontam aqui duas ordens de problemas.

Há aqueles mais marcadamente acadêmicos, como a repetência e a sensação de não aprender nada "útil", e outros com maior interface social, mas que também resultam em evasão, a exemplo de desemprego na família, gravidez na adolescência.

É preciso atacá-los todos porque sistema escolar brasileiro é burro e valoriza uma didática medíocre, como bem dizia Paulo Freire.


Só que mudanças de envergadura exigirão medidas no campo acadêmico, as quais políticos relutam em adotar. Um sistema bem feito de progressão continuada ajudaria a baixar os índices de repetência. E eu sou até mais radical: acabar com a repetência.

Outra coisa. Remunerar bem mais em patamares de acima de 10 salários mínimos os docentes como uma fonte de estímulo à excelência no sistema.


Mais outra coisa. Também os "curricula" cobram há tempos uma ampla revisão. Tenta-se ensinar coisas demais aos jovens, perde-se o foco, e o resultado é fracasso. Pelo menos nos anos iniciais, é preciso concentrar-se nas ferramentas básicas - português e matemática-, como também, muita diversão e esporte, que mais tarde permitirão ao estudante assenhorear- se das demais ciências e ter, por conseguinte, qualidade de vida.

E aí sim eles vão gostar da escola porque vão freqüentar e ter boas lembranças.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lauande, meu mestre, muito legal teu texto. Essa história de não reprovar, eu já experimentei. rsrsrsrs. Lembra?