17 de julho de 2007

UFPA e sua prodigiosa mediocridade

Incrível, mas eu vou dizer uma coisa que talvez vocês não acreditem: têm alunos na UFPA que são reprovados nas disciplinas (aliás, que palavra horrente numa academia: disciplina).

Eu juro! É verdade. Vou contar como é.

Antes da chegada dos alunos em sala de aula, os professores montam uma grade curricular com conteúdos que eles querem e sem total participação dos discentes. Sem sacanagem, eu juro, é verdade. É verdade mesmo!!! Aí em diante, os professores passam provas (aliás, novamente outra palavra horrível numa academia: prova). E os alunos têm que provar aquilo que os professores querem.

Criação que é bom nessa estória: nada vezes nada. Pra que criar? Se isso vai dar trabalho para o professor porque ele vai ter que estudar coisa que ele não sabe ou não foi contemplado na sua cultura de fazer grade curricular. Aluno criativo? É aluno rebelde. E ele deve ser extinto porque suscita muitos problemas também para o professor do estilo decoreba.

Resumo dessa opereta autoritária: os alunos, inventivos ou não, nunca participam da decisão de qual é o melhor conteúdo pedagógico, acadêmico e científico.

Em seguida, esses mesmos alunos entram na etapa do decoreba e também na chamada de presença, a famosa freqüência. Ou seja, eles têm que provar e freqüentar aquilo que os professores acham (nos seus achismos) melhor pra eles próprios. E caso haja desobediência, os alunos ficam reprovados. Então, o aluno é compelido a decorar e freqüentar as aulas e se não fizer isso, ele não passa de ano.

Pensar em heresia acadêmica e científica (dizia Foucault) no feitio de inventar, jamais! É um absurdo! O resultado é o que se segue: o aluno num curso de 5 anos, ele passa 4 anos e 6 meses só no decoreba e na insanidade de não faltar aula. E em apenas em 6 meses, ele pode criar. Eu vou escreve de novo porque muitos dos meus leitores não vão acreditar, mas é isso mesmo: os alunos da UFPA ficam apenas 6 meses no ato da criação.

Semana passada, conheci uma aluna do curso de Ciências Sociais da UFPA que passou 4 anos e 6 meses sem fazer nenhum trabalho de campo nas ditas disciplinas curriculares. Parece lorota, mas não é. Ela me disse que só fazia resenhas ou defesas de textos xerocados e provas e mais provas. Única vez que ela foi trabalhar em campo foi no seu TCC. Agora imagine um curso de Sociologia e um sujeito sem estudar sua própria sociedade vis-à-vis? Que padecimento acadêmico e científico, hein!?

E é no tal do TCC que os alunos podem criar um pouquinho. É o Trabalho de Conclusão de Curso. A nomenclatura é até pomposa. Mas mesmo nesse TCC tem cerceamento porque o tempo é muito curto. Além do mais, seu objeto de investigação não foi amparado durante o seu curso dentro de um alicerce teórico que pudesse subsidiar o seu próprio tema de investigação científica. Isto significa que ela passou 4 anos e 6 meses e passaram-lhe uma carrada textos e sem que os dirigentes do seu curso tivessem a mínima preocupação do que ela queria inventar cientificamente.

Ainda para completar o cerceamento, os professores impõem uma tal de regras da ABNT. O que significa: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Nisso eu vou contar uma coisa pra vocês, mas peço que não contem pra ninguém: na ânsia de fazer valer essa tal de ABNT, os professores criam até um Termo de Ajustamento de Conduta pra que essas normas sejam bem aplicadinhas.

Acefalia da ABNT virou um comércio paranóico que os alunos compram até manuais pela internet ou fazem suas revisões com profissionais “gabaritados em deixar seu TCC todo prontinho”. Ou seja, os professores ficam preocupados na garantia da forma como eles querem essa tal de ABNT, mas nem pensam na pluralidade literária e na liberdade do idear do conteúdo do aluno.

A UFPA que seria o lugar da criação ou da heresia, tornou-se, por conseqüência, a cancha comercial e acéfala na mediocridade reinante que bitola e/ou aniquila o engenho da criação humana.

Paralelamente, em outra resultante: ao invés da UFPA alicerçar bases filosóficas, pedagógicas e metodológicas no sentido de auxiliar (apenas auxiliar!) o devir do querer e requerer acadêmico e científico do aluno, ela cria uma camisa de força anódina. Logo, o aluno é forçado a não criar e dizer apenas o que o professor quer.

E hoje a invenção científica e acadêmica tem pouco efeito valorativo para o próprio aluno e muito menos para sociedade paraense porque a configuração universitária é autoritária.

Assim sendo, o nascedouro de talento de novos e inventivos cientistas não resiste ao montante fecundo da mediocridade professoral.

Porém, nós temos que avisar que a UFPA não é a única nessa estória. As universidades em todo país continuam as mesmas: pouco promissoras com a criação.

Viva a mediocridade!

19 comentários:

Anônimo disse...

Mano Velho, vc se superou. Belo texto. Não tiraria nenhuma vírgula. Nossa UFPA tem q mudar primeiro em concepção pedagógica, mas isso não faz parte da pauta de reivindicações dos professores. É um bando de corporativistas e o aluno que se dane. Valeu, Lauande, pelo teu texto. Paidegua!!!!!

Anônimo disse...

Puta que pariu! Concordo com o Mazini, belo texto, camarada!
Só que eu e tu vamos morrer e essa forma pedagógica vai continuar pq nossa universidade foi feita pra fazer um bando de graduados sem convicção de ser libertários.
Uma voz como a tua batriça, pelo menos cria um alento.

Anônimo disse...

É Lauande , apesar de papão e flamenguista , vc tem qualidades.rsrs
Sua opinião , concepção sobre educação é pra ler , guardar e discutir.
Hj um amigo me mandou um texto bacana "os 10 mandamentos da leitura" e pensei de imediato em vc , pois o texto navega por concepções semelhantes sobre o educar , sobre o ler.
Um Abraço
Tadeu

JOSE MARIA disse...

Meu caro Lauande.

1 Se mediocridade há na UFPA, não há de ser pela aplicação das normas técnicas, que são da ABNT no Brasil, mas na verdade são universais e valem para o mundo inteiro. As normas da ABNT apenas adaptam para o Brasil as normas da Organização Internacional para Padronização (International Standardization Organization - ISO), que tem sede em Genebra e da qual a ABNT é membro.
2 Universidades há - e muitas - que usam essas mesmas normas técnicas internacionais e nem por isso são medíocres. O cumprimento desses padrões internacionais não inibem a criatividade de quem efetivamente a tem.
3 Suponha que seja abolido o padrão internacional, seguindo sua prédica. Quando a comunidade acadêmica mundial souber disso, a UFPA se tornará mais medíocre ainda, pois será a única que recusa um padrão internacional. Em suma, ela ficará fora da comunidade acadêmica mundial, será repudiada por essa mesma comunidade e, compreenda isso, ficará mais medíocre ainda.
3 Assim, se levada sua receita às últimas conseqüências com a abolição dos padrões internacionalmente aceitos, sua crítica e a proposição dela resultante produzirão mais mediocridade ainda. E sei muito bem que não é isso que você e seus comentaristas querem. Nem eu.
4 Por isso, meu bom amigo, a solução é respeitar os padrões internacionais e com uso deles vencer a mediocridade.

JOSE MARIA disse...

Meu caro Lauande.

Se interessar, segue o endereço eletrônico da ISO: http://www.iso.org/iso/en/aboutiso/introduction/index.html
Abraços do amigo,

Alencar

Anônimo disse...

Caro Alencar,
Este texto do Lauande tem que ser debatido na academia. Muito bom e apropriado. O batriça é um sujeito polêmico, é verdade, mas ele colocou um dedo nessa ferida de pedestais que os professores universitários têm. Porém, eu não concordo com tudo que o sábio Lauande escreveu. Mas no que tange esta ABNT, confesso é dose cavalar. Veja só o exemplo de um amigo que fez um TCC sobre lingüística. Ele pediu (olhe só: pediu!) ao seu orientador que fizesse de uma forma de escrita que abarcasse outros modos operantes de escrever e não da ABNT. Sua justificativa era que isso bitolava sua averiguação na análise que ele fazia das escritas indígenas da qual ele investigava. O que aconteceu? Seu orientador disse que tinha sim que ser com os padrões internacionais da ABNT. O aluno ponderou novamente que aquela padronização ia enfraquecer substancialmente o valor teórico do seu TCC. Não teve jeito. E foi feito de acordo com o que queria seu professor e a ABNT. Caro Alencar, este é o mérito: não pode uma ABNT, com todo respeito que ela merece, ser maior que o caráter inventivo do aluno.
Um forte abraço,
Paulo Cunha Filho paulocunhafilho31@yahoo.com.br

Anônimo disse...

Lauande, meu lindo bicolor histórico, eu adorei teu texto. S-e-n-s-a-c-i-o-n-a-l.!!!!!!Nós alunos sempre fomos marginalizados como incompetentes (no sentido técnico da palavra), os ineficientes e improdutivos, isto é, a educação da UFPA e outras universidades dizem que só estão contribuindo para superar o problema da marginalidade na medida em que formam indivíduos eficientes (no sentido capitalista), portanto capazes de contribuir para o aumento da produtividade da sociedade. E os seres críticos? Ah, Lauande, esses eles não querem. Porque aí como bem dizes vai dar muito trabalho pra eles. Olha, eu vou divulgar este teu texto em todos os espaços que eu conheço na internet. Tu és demais. Beijos.

Unknown disse...

Lauande,

Logo mais irei comentar este post e colocarei minha experiência na FCAP, hoje UFRA. Mas, há alguns anos, orientado por uma pessoa criativa e inteligente, li "Pense Diferente, Viva Criativamente", um livro de auto-ajuda e chato pra quem tem preguiça mental, mas fodão. Adotei um dos lemas do autor:

"Pense de maneira crítica, viva de forma criativa e escolha com liberdade"

Minha faculdade ensinava tudo, menos isso.

Abração

Anônimo disse...

Fascinante Lauande, eu quando leio os teus maravilhosos textos sobre educação, eu sempre penso no Rubens Alves e A ESCOLA DA PONTE EM PORTUGAL.
Tente acessar esse endereço.
Tu vais gostar
http://www.feg.unesp.br/~saad/educacao/Rubem_alves_escola_da_ponte.doc
Eu sou sua fã.
Beijos.

JOSE MARIA disse...

Meu caro Paulo Cunha.

1 Acredito que teria sido possível ao seu colega e amigo manter o valor teórico de seu TCC e ainda assim respeitar as normas técnicas internacionais.

2 E como sou obrigado a fazer isso todos os dias ao redigir meus próprios acórdãos - que seguem as normas da ABNT - sei que isso é perfeitamente possível. Mas não foi fácil convecer os colegas juristas a adotar as normas da ABNT. Os fundamentos são mais ou menos os mesmos: as normas restringem a criatividade.

3 Penso diferente. As normas introduzem um novo desafio a ser vencido, que é usar uma linguagem universal e ainda assim ser criativo. Esse seria o grande desafio que seu colega teria que vencer. E se o conseguiu, deve ter dado ótima coisa, pois seu trabalho pode ser indexado e ingressar nos circuitos internacionais com o devido respeito às normas.

4 O trabalho de conclusão é literatura técnica e deve seguir as normas técnicas. Mesmo na outra literatura, as regras são seguidas e nem por isso a criatividade desaparece, antes pelo contrário.

5 Ah, sim, as normas técnicas são revisadas constantemente, para garantir sua atualização. Creio até que o uso da tecnologia da informação vai permitir uma simplificação dessas normas. E por isso essa resistência e a tensão que se estabelece entre orientadores e orientandos terminará melhorando as normas.

Anônimo disse...

Lauande, você tocou na ferida de um debate que temos discutido aqui na Cidade do México. Sou brasileiro (paraibano) e estudante de direito da maior universidade deste país e posso dizer que aqui é a mesma coisa. Um dos elementos necessários, embora não suficiente, para se superar esse entendimento na formação de professores, seria retomar o conceito de prática e de sua articulação umbilical com a teoria. Para isso, torna-se necessário problematizar o conceito segundo o qual a prática seria o fundamento, critério de confiança e finalidade da teoria. Nossas universidades latinas, entretanto, não estão preparadas para este focar. Saudações democráticas.

Anônimo disse...

Pelo que eu entendi o mérito do debate do Lauande não é ABNT. A grandeza do debate do Lauande em reside na discussão de conteúdo.

Como pedagoga o texto Lauande provoca, mesmo na sua rica linguagem de blogueiro, vários temas controversos: a) estudo dos paradigmas da avaliação educacional no Brasil, com destaque na área da avaliação da aprendizagem; b) Reflexão crítica sobre práticas de avaliação da aprendizagem, visando compreender os seus fundamentos e recriá-las numa perspectiva emancipatória.

Acontece que o buraco é mais em baixo porque estudar e reinventar metodologias de avaliação, desenvolvendo técnicas e instrumentos que contribuam com a formação plena dos educandos, garantindo-lhes o direito à educação de qualidade substantivamente democrática é algo muito difícil. Vai demorar no mínimo uns 100 pra mudar.

Isso tem que envolver uma construção coletiva de uma proposta de avaliação da aprendizagem, fundamentada na ética crítica científica e na produção do conhecimento, transformando-a em práxis emancipadora em sala de aula e isso realmente o nosso professor culturalmente não foi preparado. Daí a dificuldade dele em fazer autocrítica da sua própria aprendizagem.

Para amenizar, querido Lauande, seu Paysandu, para sua infelicidade, vai ficar mesmo na terceirona (rsrsrsrsrs).

Anônimo disse...

A ponderação que fez a Cássia Medeiros é correta: o texto do Lauande não se resume ao varejo da discussão da ABNT. Ele discute objetivamente se há uma avaliação compartilhada de projetos de pesquisa e seu desenvolvimento em campo. Eu concordo com o Lauande que se a partir da problematização teórica e metodológica dos projetos de pesquisa, deveria ser estimulado a análise crítica dos problemas educacionais, na medida em que consolida aprendizagens de iniciação científica sob os princípios da participação, trabalho coletivo e autonomia na direção da construção do conhecimento.
Mas isso não é problema apenas da UFPA, aqui na UFBA temos também essa mesma caracterização autoritária.
Caro Lauande, eu queria aqui igualmente dizer que leio seu blog quase diariamente, além de seus polêmicos textos, eu gosto muito das belas mulheres que ilustram o cenário do blog. Você merece todos os aplausos. Um forte abraço.

Anônimo disse...

Caro Lauande!
Concordo que esse demérito da mediocridade na qualidade do ensino e a arrrogância da pseudo-supremacia dos luminares mestres e doutores, não é só da UFPA, infelizmente, mas de boa parte das federais.
A sociedade, mantenedora dessas instituições de ensino, que se dizem superiores, deveria se mobilizar também e cobrar qualidade de quem deveria adotála como pressuposto básico. A nossa omissão contribui para esse status quo.
Ao chafurdar na ferida você deu um passo rumo ao debate. Vamos a ele.
Abs,

I. Motta

Yúdice Andrade disse...

Caríssimo Lauande, também sou professor universitário e, por isso, também sigo matrizes curriculares (nunca digo "grades"), aplico provas, peço resenhas, cobro freqüência e oriento trabalhos de conclusão, que devem seguir as normas da ABNT. Por isso, teu texto mexe comigo.
De saída, considero-o uma excelente provocação, porque às vezes precisamos anarquizar um pouco a ordem preguiçosa das coisas, a fim de que as pessoas acordem, debatam e tomem decisões. Naquilo que o texto tem de mais profundo, concordo, mas preciso fazer algumas ponderações, apenas para auxiliar num debate que, a bem da verdade, não cabe num blog, por ser tão longo e vital. Mas falamos o possível. Eis:
1) Talvez tenhas te concentrado na UFPA porque é onde trabalhas, mas acho que podias ter falado nas universidades em geral, porque o problema é generalizado e para não dar, aos desavisados, a sensação de que é a UFPA que está mal das pernas.
2) A mediocridade de provas e trabalhos não é apenas um vício institucional. O professor pode construir provas inteligentes, sim. Estou convencido disso. Pode fazer trabalhos inovadores. Lembre-se que a nossa obrigação é lançar registros periódicos, não necessariamente passar provas periódicas. Eu poderia, se quisesse, fazer um grande trabalho de campo com a turma inteira. A primeira nota bimestral poderia ser dada com base no estágio de desenvolvimento do trabalho e a segunda, com base nos resultados. A questão é: quantos de nós estão dispostos a ter tanto trabalho assim, sabendo de antemão que a instituição pouco ajudará? Portanto, considero sua crítica justa se nós, professores, fizermos nossa mea culpa.
3) Considero importante tomar cuidado para não dar a impressão de que devemos abdicar de todas as regras. Longe de mim ser reacionário, mas a liberdade é boa quando o indivíduo sabe usá-la e tem consciência de suas responsabilidades. Falo isso em relação, p. ex., ao tema da freqüência. Eu acho importante. Raros são os alunos que, como Einstein, não prestavam atenção à aula porque sabiam mais do que os professores. A maioria que falta com contumácia é por desídia, mesmo. Para esses, o registro de freqüência é importante, porque um aluno assim não merece creditar a disciplina.
4) Por fim, precisamos lembrar que a melhor educação é a individualizada. Todavia, não temos condições de estabelecer, como única regra, que o professor decidirá caso a caso os conteúdos, avaliações, etc. As regras precisam existir e têm que ser gerais. Isso não obsta, contudo, que na execução dos trabalhos estes sejam adequados ao rendimento e ao interesse de cada aluno. Em última análise, se eu identificar um Einstein na minha turma, posso deixar de registrar a sua freqüência, porque ele estaria acima disso. Mas, honestamente, estás disposto a comprar essa briga com os demais alunos, que nessas horas só sabem invocar um tal "princípio da isonomia"?
Já escrevi muito e isso são apenas impressões iniciais. Gostaria que pudéssemos ir à frente nesse debate. E, creia-me, o que mais me interessa é uma educação libertária e eficiente, na qual o estudante aprenda a pensar e produzir.

Navigator disse...

Sem me deter nos professores de resenhas, de textos copiados e provas das disciplinas, penso que o grande desafio é aproximar a academia (muitas vezes tão distante), da vida real, do mercado, das necessidades da sociedade em geral. Tornar prática toda a pesquisa, em qualquer que seja a área.

Pelo que percebo, nos países desenvolvidos, este distanciamento existe, mas há uma busca incessante em se utilizar o que foi produzido na academia, para o progresso e por outro lado, preocupação da academia em colaborar com este progresso. Sei por exemplo, de empresas contratando quase uma centena de doutores (produtivos), do mundo inteiro e de uma só vez, como consultores permanentes.

Na nossa realidade, não cabe somente seguir a ABNT ou produzir para pontuar no padrão CAPES, mas fazer algo realmente proveitoso para a sociedade em geral, que só pode ser feito se há a participação da ponta do iceberg da sociedade mais próxima aos professores: o aluno.

Se este processo democrático for seguido, o professor deixa de ser o presidiário das salas de aula e dos conteúdos das grades curriculares que você citou, na UFPA ou em qualquer outra instituição. A partir daí sim, não vejo nenhum problema em nos preocuparmos mais em aplicar bem as normas ou ganhar os pontos pra subirmos no podium do Lattes, já que estaremos certamente seguindo boas maneiras pedagógicas, acadêmicas e científicas.

Adorei seu blog e já está nos meus favoritos. Um forte abraço.

Eduardo André Risuenho Lauande disse...

Meus amigos e amigas, por falta tempo e no caminho de uma boa viagem, eu vou deixar pra segunda a minha réplica. Mas uma coisa eu queria dizer: é muito bom debater com aqui no blog porque faço e tenho bons amigos. Fiquei muito grato pela quantidade de postagens. Valeu! Segunda, eu vou teorizar na réplica. Anotem. Como diz o Salim, fui...............

Anônimo disse...

Caro Lauande,
Tu primeiro reclamas da disciplina, depois da prova e do significado que isto teria: a mesmice e a falta de criatividade.
Ora, não existe criação a partir do nada, a criação é fruto do dado, do estabelecido, que precisa ser estudado e compreendido, a partir daí você constrói o “novo”. Sem isso não pode desenvolver-se a força criativa das pessoas. Como diz Humberto Eco, uma boa idéia (ele fala em tese) é fruto de 90% de transpiração e 10% de inspiração.
Quanto às regras da ABNT, elas nada mais são que uma “gramática da comunicação acadêmica”. Ignore-as e você terá muita dificuldade de socializar as suas idéias, as suas teses (originais ou não).
Concordo q ue existe muita mesmice, charlatanice e idiotice nas universidades brasileiras, tal como na UFPA, mas não posso concordar que isso seja fruto da disciplina ou do cumprimento dos ritos da comunicação acadêmica.
Não se deixe levar pela tentação da narrativa fácil de agradar.
Abraços,
Ronaldo Lima Araújo

Anônimo disse...

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