10 de outubro de 2007

ACBEL na luta contra a violência

Abaixo, reportagem do Amazônia Jornal de hoje (10/10/2007):

GRITO POR JUSTIÇA E PAZ

Grupo formado por pessoas ligadas a vítimas de violência protestaram em frente À OAB
Familiares e amigos de vítimas de violência foram ontem à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seção Pará, solicitar apoio na luta por justiça e punição aos criminosos. O grupo foi recebido pela presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Mary Cohen, que ouviu relatos de todos os casos e disse que a entidade vai estudar a melhor forma possível de ajudar nessa luta contra a impunidade e pela paz.
Flávio Lauande, de 38 anos, irmão do sociólogo Eduardo André Risuenho Lauande, de 41 anos, morto por assaltantes, este ano, próximo à sua residência, no conjunto Mendara, é um dos articuladores do movimento. De acordo com ele, muitos familiares e amigos de vítimas da violência criaram grupos para lutar por justiça e por paz. Mas, agora, a proposta é unificar a luta, que é de todos, e também pressionar as autoridades governamentais para que melhore a segurança pública no estado.
Durante a reunião havia representantes de, pelo menos, três grupos: 'Lauande Vive', 'Movimento Nirvana' e 'Paz em Belém'. Rosana Oliveira Nascimento, de 44 anos, perdeu o marido, o geólogo do Museu Paraense Emílio Goeldi, Rafael Nascimento Filho, de 44 anos, também durante um assalto, e acredita que a união de todos os grupos e da sociedade possibilitará melhores resultados. De acordo com ela, apenas o adolescente que participou do crime contra seu marido foi apanhado pela polícia. Os outros dois criminosos, ambos adultos, ainda estão foragidos. Ela integra o movimento 'Paz em Belém'.
A idéia de unificar o movimento de familiares e amigos de vítimas da violência partiu da organização não governamental 'Ação Comunitária de Belém' (Acebel), que já existe há cinco anos e luta por melhorias no transporte e na saúde. 'Agora, queremos também abraçar a causa por melhorias na segurança', disse Flávio Lauande, que é presidente da Ong.
O vice-presidente da Acebel, reverendo Fernando Ponçadilha, da igreja anglicana, destacou que a sociedade como um todo precisa se mobilizar na luta pela paz. 'As pessoas que estão morrendo estão pagando uma conta que é social e que, portanto, é de todos nós', disse o reverendo.
A coordenadora regional do Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade (MMCC), Eliana Fonseca, disse que há 15 anos a entidade atua acompanhando diversos casos de vítimas da violência e que essa é uma luta árdua. 'Atendemos casos que envolvem policiais militares e civis também e o que percebemos é que há uma luta muito grande para que eles sejam punidos e presos. Só que a maioria não cumpre toda a pena', destacou.
Segundo Eliana, a entidade monitora os casos desde a instauração do inquérito policial até o cumprimento da pena, após o julgamento e condenação no tribunal do júri. 'O maior elo da impunidade é a própria legislação brasileira porque ela permite que os presos não cumpram toda a pena', enfatizou a coordenadora do MMCC.
Mary Cohen destacou que a OAB se aliará à luta do grupo formado por familiares e amigos das vítimas de violência. 'Vamos ouvir caso a caso e estudar as melhores formas de nos associar a essa luta, que nada mais é que uma luta por paz', destacou Mary Cohen, acrescentando que a entidade atua em muitos casos como assistente de acusação e também trabalha cobrando justiça.

postado por Edson Junior

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