Infelizmente na esquerda brasileira os parlamentares mandam nos partidos e isso tem que começar a ser repensado em novos métodos. Tudo porque o coletivo partidário foi subtraído pelos “mandantes” parlamentares. Não que os parlamentares não devam ter mais direitos. Muito pelo contrário. Não que os parlamentares não devam ser mais líderes. Também muito pelo contrário. Mas que eles não sejam hiper-imperiais como são nos partidos de direita.
É quando concluo: foi-se aí a soberania popular partidária porque os “mandantes” parlamentares representam um dos genes ruinosos que eu percebo: é que carregamos uma enorme dificuldade genética de lidar com a democracia interna. A radicalidade democrática hoje parece que é algo fora de moda. Isso vai do PT ao PSB, passando pelo PCdoB e outros partidos de centro-esquerdo como o PV, o PDT e o PPS.
Esse é o motivo porque temos na esquerda uma óbvia e evidente dificuldade real de construir e valorizar nossos instrumentos de democracia interna. Com freqüência indesejável, ao falarmos de democracia tem-se a nítida impressão de que do que se fala, de fato, é em anarquia e esculhambação, nas quais acaba valendo a lei do mais forte: a do parlamentar do partido.
Em outras ocasiões fica-se com a impressão de que a noção de democracia que alguns têm é compatível apenas com situações na qual a ela (democracia, principalmente a interna) só vale se a sua própria opinião for a predominante. Isso explica, por exemplo, porque há tanta dificuldade interna de fazer com que órgãos coletivos de decisão funcionam de fato. É que para alguns, a vida parece mais fácil, se as instâncias coletivas de decisão existissem, mas nunca funcionassem. Assim, poucos podem falar sem consultar ninguém, ou consultando poucos cupinxas próximos e leais.
É quando concluo: foi-se aí a soberania popular partidária porque os “mandantes” parlamentares representam um dos genes ruinosos que eu percebo: é que carregamos uma enorme dificuldade genética de lidar com a democracia interna. A radicalidade democrática hoje parece que é algo fora de moda. Isso vai do PT ao PSB, passando pelo PCdoB e outros partidos de centro-esquerdo como o PV, o PDT e o PPS.
Esse é o motivo porque temos na esquerda uma óbvia e evidente dificuldade real de construir e valorizar nossos instrumentos de democracia interna. Com freqüência indesejável, ao falarmos de democracia tem-se a nítida impressão de que do que se fala, de fato, é em anarquia e esculhambação, nas quais acaba valendo a lei do mais forte: a do parlamentar do partido.
Em outras ocasiões fica-se com a impressão de que a noção de democracia que alguns têm é compatível apenas com situações na qual a ela (democracia, principalmente a interna) só vale se a sua própria opinião for a predominante. Isso explica, por exemplo, porque há tanta dificuldade interna de fazer com que órgãos coletivos de decisão funcionam de fato. É que para alguns, a vida parece mais fácil, se as instâncias coletivas de decisão existissem, mas nunca funcionassem. Assim, poucos podem falar sem consultar ninguém, ou consultando poucos cupinxas próximos e leais.
Isso explica porque muitos usam abusivamente a frase "a política resolve isso", onde a frase correta para descrever os fatos seria, "vamos passar por cima das regras partidárias e impor nossa vontade". Isso explica porque muitas de nossas figuras públicas fazem "ouvidos de mercador" quando questionadas, e olham pro céu fingindo que nem ouviram. Que nem perceberam que é com eles.
Esses genes maléficos que recebemos surgem como verrugas deformantes que acabam afetando o corpo dos partidos, em eventos especiais, importantes, às vezes determinantes. Funcionam com uma espécie de "invasores de corpos" que dominam o corpo original.
E aí, definitivamente: foi-se o coletivo partidário!
20 comentários:
Lauande, perfeita tua análise. Sou petista (MG) e percebo que isso domina meu partido aqui também. Concordo com vc que não devamos tirar funções dos parlamentares, mas que eles não sejam tão autoritários e abandonem o coletivo partidário que sempre foi a riqueza do PT.
Realmente os partidos de esquerda perderam os seus coletivos partidários. Aqui no Pará no PT quem manda são apenas os deputados e não se fala mais nisso.
Le mort saisit le vif...
LAUNDE,
QUEM É O PARLAMENTAR Q VC ESTAVA PENSANDO, QUANDO ESCREVEU O POST ?? SERÁ QUE É PRO ARNALDO JORDY ?
Pode ser o Jordy? Pode ser o Paulo Rocha? Pode ser a Suely? Pode ser o Ademir Andrade? Fala, Lauande!
Os ditos partidos de esquerda 9 O QUE É S ER DE ESQUERDA HOJE?
Os ditos partidos de esquerda 9 O QUE É S ER DE ESQUERDA HOJE?
Os ditos partidos de esquerda 9 O QUE É S ER DE ESQUERDA HOJE?
Os ditos partidos de esquerda 9 O QUE É S ER DE ESQUERDA HOJE?
Lauande,
De Norte a Sul,
os ditos partidos de esquerda (o que é ser de esquerda hoje?) já não existem mais. Eles regrediram à fase de tendências ou mandatos. Surge, assim, mais um dogma: fora das tendências ou dos mandatos não há vida partidária. Que pena! Ah! tem também as legendas usadas de dois em dois anos.
Eu chamo isso de PODER !
Eu acho o seguinte: o Lauande colocou um debate interessante e não fulanizou. Corrreto. Até porque essa tendência de poder exacerbado dos parlamentares é geral em todos partidos. A minha preocupação, e parece tb do Lauande, é como podemos trazer de volta a militância e seu poder de decisão? Pelo visto isso vai demorar muito pq os próprios partidos de esquerda não querem muito este debate. O meu PT, inclusive!
Eu acho o seguinte: o Lauande colocou um debate interessante e não fulanizou. Corrreto. Até porque essa tendência de poder exacerbado dos parlamentares é geral em todos partidos. A minha preocupação, e parece tb do Lauande, é como podemos trazer de volta a militância e seu poder de decisão? Pelo visto isso vai demorar muito pq os próprios partidos de esquerda não querem muito este debate. O meu PT, inclusive!
Lauande,
Acho que a possibilidade que os parlamentares têm de nomear vários assessores contribui muito para esse poder demasiado que eles posuem dentro dos partidos.
A esquerda no Brasil deveria lutar seriamente para acabar com tanto empreguismo à custa do dinheiro público.
Eu acho que o Lauande tava pensando no Arnaldoportunista jordy.
Freud explica.
Ele conhece o rapaz na palma da mao.
Mas sejamos justos, se aplica ao resto da cambada toda.
Em lugar de se preocupar com esquerda de maneira geral, vocês deveriam pensar em fomentar a primeira esquerda, em vez da segunda -porque é exatamente disso que o Brasil precisa.
Hoje eles estão separados, mas Jordy e Lauande fizeram muitas merdas juntos. Taí que eu acho que o Lauande quis dizer alguma coisa contra seu antigo amigo. Puta que pariu, agora ele tá do lado do PT! O PT não precisa de um porra como esse!
É bom que se diga que o Lauande durante muito tempo foi a segunda pessoa do PPS só abaixo do Jordy, portanto, ele tem um cacoete de oportunista tal qual o Jordy.
Análise muito interessante, pois reflete o sentimentos daqueles que de fato constroem os partidos e fortalecem a democracia.
Parabens lauande!!
Dentro da Unidade na Luta (Grupo do Dep. Paulo Rocha, Mário Cardoso, entre outras e outros) tenho feito esse debate mas cança, afinal, históricamente as lideranças com melindres do inevitável renovar, acabam perpetuando uma ação que desacelera o crescimento dos grupos e torna os demais quadros repetidores desta regra. O resultado vemos cotidianamente. Os velhos de Brasília podem ser eternos, mas enquanto durem!
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