27 de maio de 2007

A violência urbana e sua triste realidade

Tenho lido alguns textos de pesquisas qualitativas do mundo da sociologia nos últimos meses. O que me impressiona é que o desemprego, que durante os últimos anos figurava sistematicamente como a mais premente das preocupações, passou para um segundo lugar em algumas das principais cidades brasileiras.

Infelizmente, eu observei nos relatórios dessas pesquisas, que essa percepção não é motivada pela abundância na oferta de trabalho, mas pelo recrudescimento de maneira assustadora da criminalidade.

Eu lembro que as questões ligadas à violência e seus riscos sempre estiveram entre as preocupações, mas nunca em primeiro lugar e nunca numa proporção tão elevada: para 31% dos entrevistados - quase um em cada três brasileiros - esse medo passou a ser a preocupação dominante.

Dentro de uma visão sociológica eu posso dizer que há razões para isso: a sensação de que as ruas e as casas se tornaram perigosas e vulneráveis, fatos da crônica policial mostrando o aviltamento da vida e a crueldade dos criminosos, a audácia com que as quadrilhas se movimentam e dominam áreas das cidades e a percepção de que o poder público já não tem o controle da situação, tudo isso forma um quadro que afeta gravemente a própria vida da sociedade.

Triste realidade!

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