25 de maio de 2007

A China e a visão reacionária com a história humana

Eu confesso que fico impressionado e, principalmente, assustado, com o crescimento da China e sua visão reacionária com a história humana.

Ontem eu vi pela TV, que os representantes da China na ONU comentaram que o relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), dentro dos debates da própria ONU sobre mudanças climáticas, que os países desenvolvidos não são tão responsáveis pela maior parte da emissão dos gases do efeito estufa.

Como não?
O problema é o objetivo evidente dessa acusação de rejeitar qualquer parcela de responsabilidade própria, quando a China, segundo prevêem os especialistas, até o fim deste ano deve tornar-se o maior poluidor do mundo.

O Brasil, tristemente, que pelas estimativas é o quarto maior emissor, também não deveria imaginar que há vantagem real em formar com chineses, indianos e mexicanos uma frente para lançar sobre os países industrializados uma parcela maior de culpa histórica.

O que eu entendo é o seguinte: sumário que o IPCC deve apresentou recentemente aborda as medidas que podem ser tomadas para conter as emissões e amenizar o aquecimento global.

É, afinal, o que realmente importa, bem mais do que criticar, por exemplo, a devastação, indiscutível, feita pelo Primeiro Mundo em suas florestas numa época em que não se tinha idéia dos problemas que o clima mundial viria a sofrer.

Eu observei que as conclusões centrais do IPCC, que deveriam concentrar as atenções, são que as emissões vão aumentar pelo menos 40% até 2030, que é preciso agir urgentemente e que estabilizar o teor de gases na atmosfera sairia mais barato, em termos do PIB mundial, do que permitir que a deterioração prossiga.

A China, que rejeita limitações a seus planos de expansão, recorre ao velho argumento de que as incertezas ainda são muito grandes; isso ao mesmo tempo em que cientistas americanos anunciam que a cobertura de gelo no Oceano Ártico está se derretendo em ritmo muito mais intenso do que se supunha, e poderá desaparecer em menos de 20 anos - 30 antes do previsto pelo IPCC.


Dados assim, apontando para a gravidade crescente do problema, acumulam-se com impressionante rapidez. Deveriam constituir a motivação para uma união planetária de esforços pela redução da emissão de gases. Trocar acusações ou mostrar ceticismo frente a um trabalho de mais de dois mil cientistas, por motivação política, não são alternativas responsáveis.

Um comentário:

Anônimo disse...

Legal teu texto, Lauande. Eu também fico impressionado com o cinismo e o crescimento chinês.