Sou professor.
Eu tenho orgulho da minha profissão.
Não caio nessa de dizer que é sacerdócio.
Eu faço tudo por prazer, mesmo na adversidade salarial e profissional.
Em todos os anos como docente, eu nunca gostei de palavras como disciplina, prova, chamada de presença e reprovação.
Isso não é educação: é coerção. E coerção não educa porque é constrangimento.
Eu sempre digo que o aluno não tem que ser disciplinado e muito menos tem que provar nada. Ele tem que ir quando quer e apenas criar.
Por isso nunca fiz prova pra aluno e o que eu peço é que ele crie.
Isso que é o grandioso e barato de lecionar.
Nunca fiz chamada de presença também porque eu penso que isso é horripilante para um professor saber que aquele aluno só vai pra aula por conta da chamada.
O aluno tem que ir por deleite.
Também nunca reprovei nenhum aluno porque a missão do professor não é reprovar é significar o pensamento de forma conjunta. Professor não tem o dom da verdade e tem que apostar na criação do aluno.
Com esse meu pensamento, eu penso que recuperar o prazer, perceber nosso direito ao prazer é sair desse abismo de alienação, de pessimismo em que a maioria dos escolas atuais se encontra.
Para sair dele, é preciso lutar, é preciso ter alma, em seu sentido etimológico, “alma, anima-animar” como bem queria Drummond.
Fazer vibrar a alma para sentir prazer, no qual moram sonhos e desejos.
Resgatar a alegria das profundezas onde está escondida pela educação retrógrada e tradicional.
Utopia?
Pode ser para algumas pessoas que não acreditam na educação e no prazer.
Porque a educação é vista por mim, em seu sentido etimológico de “liderar para fora”: e - duco, “conduzir para um determinado fim da criação do aluno e não do professor”.
Ou seja, todas as potencialidades do aluno, mediando suas atividades, apostando em sua criatividade, imaginação e inteligência e na criação e recriação de tais atividades, tanto pelo professor como pelo aluno.
E nada de chamada de presença, provas e, muito menos, reprovação.
Como?
Concedendo a nós e ao aluno o direito à alegria, ao prazer, aos sonhos, aos desejos, por meio do componente lúdico existente na linguagem e na cultura, sustentáculos para uma efetiva interação e participação cultural, criativa e transformadora.
Isso pode ser na matemática, na física, na biologia, na filosofia, etc...enfim em todos os conteúdos.
Isso tudo, afinal, não é o saber-sabor?
É a nossa capacidade de imaginar (pensar!) um canal precioso na produção desses sentidos, que organiza a nossa visão do mundo e dá a ela o conteúdo, forma, emoção e prazer.
E essa visão de mundo só faz sentido quando mantemos com a escola uma relação sensível, crítica, criadora, afetiva, prazerosa e feliz.
Ah!, pra terminar, recentemente a UNICAMP fez um estudo sobre os alunos que ficavam lá na última fila da sala. E não é que depois de anos de estudos dessa universidade paulista, conclui-se que eram eles, ditos bagunceiros, que hoje, já adultos, são os mais criativos em suas áreas de atuação.
O óbvio ululante! Por isso que o recreio hoje é o melhor momento da escola porque lá o aluno cria e tem prazer.
Eu tenho orgulho da minha profissão.
Não caio nessa de dizer que é sacerdócio.
Eu faço tudo por prazer, mesmo na adversidade salarial e profissional.
Em todos os anos como docente, eu nunca gostei de palavras como disciplina, prova, chamada de presença e reprovação.
Isso não é educação: é coerção. E coerção não educa porque é constrangimento.
Eu sempre digo que o aluno não tem que ser disciplinado e muito menos tem que provar nada. Ele tem que ir quando quer e apenas criar.
Por isso nunca fiz prova pra aluno e o que eu peço é que ele crie.
Isso que é o grandioso e barato de lecionar.
Nunca fiz chamada de presença também porque eu penso que isso é horripilante para um professor saber que aquele aluno só vai pra aula por conta da chamada.
O aluno tem que ir por deleite.
Também nunca reprovei nenhum aluno porque a missão do professor não é reprovar é significar o pensamento de forma conjunta. Professor não tem o dom da verdade e tem que apostar na criação do aluno.
Com esse meu pensamento, eu penso que recuperar o prazer, perceber nosso direito ao prazer é sair desse abismo de alienação, de pessimismo em que a maioria dos escolas atuais se encontra.
Para sair dele, é preciso lutar, é preciso ter alma, em seu sentido etimológico, “alma, anima-animar” como bem queria Drummond.
Fazer vibrar a alma para sentir prazer, no qual moram sonhos e desejos.
Resgatar a alegria das profundezas onde está escondida pela educação retrógrada e tradicional.
Utopia?
Pode ser para algumas pessoas que não acreditam na educação e no prazer.
Porque a educação é vista por mim, em seu sentido etimológico de “liderar para fora”: e - duco, “conduzir para um determinado fim da criação do aluno e não do professor”.
Ou seja, todas as potencialidades do aluno, mediando suas atividades, apostando em sua criatividade, imaginação e inteligência e na criação e recriação de tais atividades, tanto pelo professor como pelo aluno.
E nada de chamada de presença, provas e, muito menos, reprovação.
Como?
Concedendo a nós e ao aluno o direito à alegria, ao prazer, aos sonhos, aos desejos, por meio do componente lúdico existente na linguagem e na cultura, sustentáculos para uma efetiva interação e participação cultural, criativa e transformadora.
Isso pode ser na matemática, na física, na biologia, na filosofia, etc...enfim em todos os conteúdos.
Isso tudo, afinal, não é o saber-sabor?
É a nossa capacidade de imaginar (pensar!) um canal precioso na produção desses sentidos, que organiza a nossa visão do mundo e dá a ela o conteúdo, forma, emoção e prazer.
E essa visão de mundo só faz sentido quando mantemos com a escola uma relação sensível, crítica, criadora, afetiva, prazerosa e feliz.
Ah!, pra terminar, recentemente a UNICAMP fez um estudo sobre os alunos que ficavam lá na última fila da sala. E não é que depois de anos de estudos dessa universidade paulista, conclui-se que eram eles, ditos bagunceiros, que hoje, já adultos, são os mais criativos em suas áreas de atuação.
O óbvio ululante! Por isso que o recreio hoje é o melhor momento da escola porque lá o aluno cria e tem prazer.
14 comentários:
Confirmo tudo que escreves, porque fui tua aluna no CEFET, Lauande, e posso dizer a todos, tu eras demais. Tuas turmas lotadas e não fazias provas e nem chamada. Só não criação e nos debates. Paidegua t~e-lo como professor. Tu sabes que sou teu fã. Eternamente teu fã. beijos.
Caramba...!!!!!!
Nota 10 pra vc !!!!!
Adorei !!!!!
Sigo os mesmos passos !!!!
Beijos.
Lauande, mais um testemunho: fui teu aluno de Sopciologia Jurid9ica na UFPA, em 2000, e posso confirmar o que a Patricia Melo disse. As tuas aulas eram demais. Eu tinha prazer em frequentá-las.
Um forte abraço bicolor.
Lindo este teu texto e tua idéia de educação, melhor ainda.
Meu lindo professor, sou mais uma a dizer: tu és demais! Fui tua aluna e sei como és. Usas o diálogo como vida! Adorava quando dizias que tinhamos que ser subversivos no sentido de subverter a ordem careta. Tu foste o melhor professor que tive na UFPA. Mexe e vira, eu lembro de ti nas tuas falas e pensamentos. Só fico triste em saber que aqui onde estou, Brasília, não poso tê-lo a toda hora para conversar, mas, pelo menso, tem a nossa revolucionária internet e nela tenho um pouquinho de tu. Beijos e mais beijos da tua eterna admiradora aluna.
Imaginem eu? Eu sou todo orgulhoso do meu sobrinho!
Égua Lauande, você mais uma vez salvou um debate que venho travando no curso de direito. De que nós acadêmicos temos que ter oportunidade criar novas situações pelas transformações em que o direito passa.
Prova decoreba, e conceito fixo nas respostas levam o aluno a sofrer "violência simbólica" pelo poder do "professor".
Um educador como você que todos nós merecemos.
Abraços de seu companheiro e camarada.
Newton Pereira.
Cmentar o quê?
Lauande é foda!!!
Lauande,
Não cheguei a ser tua aluna, mas quando nosso diretor aprendir muito contigo.......és assim.. ensina com pensamentos e atos que pratica no teu dia-a dia.
Acredito que a educação tem que ser como falas,entendo perfeitamente. O verdadeiro mestre é aquele que ensina a pensar a reflexionar a ter pensamnetos criativos, ameiiiiiiiiiiiiii
O Colégio Ipiranga,aqui em Belém, reputo como um que está neste novo rumo da educação, principalmente no que tange a educação inclusiva.
Lilian
Caríssimo Lauande, agora tu me pegaste pelo ponto fraco. Adorei o texto, que fala da docência como paixão, como entrega, como uma maluquice gostosa a que nos entregamos até à exaustão - já que, efetivamente, nos exaure.
Por outro lado, o Márcio acabou comigo: ele foi teu aluno de Sociologia Jurídica na UFPA? Não tive a mesma sorte. Passei por dois professores e o que ficou foi somente o que usamos, hoje, nos encontros da turma, na sessão "rir é o melhor remédio". Que lástima! Sorte a dele.
Abraços.
Fui aluno do Lauande. Vou contar várias estórias. Certo dia, o mestre pediu que nós fizéssemos à programação de conteúdo do curso. Teve um colega nosso que propôs que estudassem no banheiro da escola. E foi aceito pela turma e pelo mestre. Foi umas das melhores aulas que eu tive na vida. Outra estória. O mestre levou pra sala de aula, como proposição de nós alunos, várias vezes grandes personalidades da vida humana: putas, ex-detentos, maconheiros, lixeiro e tantos outros do mesmo laipe discriminados pela nossa sociedade. Eram sempre uma lição de vida. Para finalizar: ele ajudava-nos fazer teatro e julgamento de temas em sala de aula. Como bem dizia o Peixoto: “Lauande, vai te fuder, tu és bom demais!”. Eu daqui de Capanema, posso dizer que tive os melhores dias de escola como o melhor professor que eu tive na vida: Eduardo André Risuenho Lauande. Um abraço remista ao meu amigo bicolor.
Lauande,
É justamente esse perfil que procuro para os professores do meu filho. Se não tiver essa abertura e visão de vida, tá fora.
Grande abraço e parabéns!
a todos meu muito obrigado pelos comentários.
Enquanto isso, a escola PRIVADA vive de pacotes pre-fabricados tipo pitágoras, positivo e outros tantos se mostrando incapazes de criar, simulando SIMULADOS para os adolescentes simularem a vida. E as públicas?????
ZEP
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