30 de julho de 2007

Tudo o que reluz é Lauande!

Resolvi transformar em post uma linda mensagem da Ima, do Museu Goeldi, ela e ele duas referências constantes do Eduardo Lauande.
Dela ele recebeu uma tocante homenagem: uma corbeille de flores e uma caricatura a caneta bic, depositadas com ternura e delicadeza sobre seus pés, durante a celebração ecumênica. Ali já estavam a bandeira do Paysandu (doada pelo Edson Júnior), o último exemplar do Jornal Pessoal do Lúcio Flávio Pinto (doado pelo próprio) e o livro Memória de Minhas Putas Tristes, de Gabriel Garcia Marques(doado pela Nêga), sua última citação aqui mesmo (veja mais abaixo).
Ela está também comprometida com a manutenção deste Blog.
Com vocês, Ima:

Atada ao silêncio e com o coração ainda pesado de dor, releio teus emails e blog e escuto os CDs do Chico que me deste. Ontem te retribuí apenas um buquet de rosas vermelhas, dos tantos que recebi de ti. Ficaram faltando a bandeira do Paissandú, as sandálias e uma pasta nova. Pálidas vozes procuram-te nas ruas de Belém; de bar em bar procuram um boêmio. A palavra, como tu dizias, chega úmida da floresta: temos que semeá-la; chega úmida da terra: temos que defendê-la; chega com os passarinhos que a beberam sílaba a sílaba na tua boca. Cada palavra tua é um “confrade” de pé, cada palavra tua faz da violência um jabá, faz do ódio uma cachaça, para comemorarmos contigo no Copa.
Lauande, permanecerás vivo na nossa memória.
Tudo o que reluz é Lauande!
Até sempre.
Ima, 30/7/2007.
Muito obrigado, Ima.
JOSÉ DE ALENCAR

3 comentários:

morenocris disse...

TUDO QUE RELUZ É LAUANDE !

Beijos, meu querido,

Sua "doce Cris".

Anônimo disse...

Uma das coisas que nos torna humanos, na acepção estrita da palavra, é a possibilidade de superar a dor de acontecimentos tristes como este e transformá-la em mote de luta para dias melhores.
Algo me dizia que o blog do Lauande não terminaria com seu titular. Seu legado era grande demais para se perder pela falta de atualização. Por isso, estive hoje por aqui e vi, com a alegria que era possível, que os ideais do Lauande continuarão a ser debatidos - como, acredito, ele certamente gostaria que ocorresse.
Parabenizo todos os envolvidos no movimento Lauande Vive pela iniciativa. Viva Lauande!

Unknown disse...

Caro Lauande,
Soube ontem (30/07/2007) pela imprensa que você partiu para o outro continente da vida sem ter podido se despedir de nós, atendendo ao chamado inexorável do Pai. Ele possui planos indevassáveis para nós, sempre buscando o melhor para todos os seus filhos. Apenas lamento que alguém tenha se arvorado em “deus”, retirando abruptamente a vida que Ele te concedeu, pois que Ele possuía outros recursos para chamar-te, sem que alguém precisasse ficar com as mãos tisnadas pelo teu sangue. Isso faz com que se aguce em nós o sentimento de trabalhar pela educação ampla, geral e irrestrita, única maneira de se fazer homens de bem, e não marginais.
Teus amores receberão do Pai Celeste o reconforto de que precisam. O tempo será um lenitivo, fazendo com que a agudeza das dores presentes seja amenizada, embora não extinta. Teus parentes e amigos hão de se esforçar para preencher ínfima parte do imenso buraco que deixaste.
No novo mundo, para onde te deslocaste, reencontraste, com certeza, inúmeros familiares e os amigos “Raimundo Jinkings e José Platilha”, que te referiste na conversa com o “Alencar”, que está postado no teu blog.
Tua amizade pelo Platilha te levará a um breve reencontro com ele no novo mundo que hoje habitas. Ele então te demonstrará que, mesmo no outro mundo, valeu a pena acreditar na sua palavra: “E o Platilha devolve com uma honrosa citação: - Não há nada nesse mundo que pague nossa amizade!”
Parecia que profetizavas, quando disseste: “Sempre digo que quando eu tiver a idade do Platilha, se eu chegar lá...” Agora posso eu dizer-te: “Terminou a festa. E o dia raiou. Platilha pegou o ônibus da linha Cidade Nova-08. Já eu, o Marambaia/Ver-o-Peso. E a vida continuou...”
Sei que permanecerás o Lauande de sempre, apenas desvestido do corpo físico. Tua mente há de fervilhar brevemente e teus dedos hão de comichar pela vontade de nos escrever, contando a realidade do novo mundo para onde te deslocaste. Tenho convicção que receberás essa missiva, pois no continente para onde te deslocaste a tecnologia está muito mais avançada, permitindo receberes notícias nossas. Infelizmente, nosso progresso cibernético ainda não me permitirá receber a tua resposta, ao menos pelo mesmo meio que te enviei.
Marcaste-nos com teu modo afetuoso de ser. Em tão pouco tempo de convivência, já não eras um desconhecido. Foste mais do que um colega de trabalho. Guardaremos em nossa memória teu jeito alegre e fraternal. E, em nossas orações, pediremos a Deus que possas te recuperar logo, pois terás muito o que fazer para nos ajudar a transformar o nosso Pará e nosso Brasil numa Terra abençoada por Deus, pois que já é bonita por natureza.
Não te digo adeus. Digo-te até breve, pois haveremos de nos rever por aí daqui a algum tempo, tempo esse que só Deus sabe quando será.
Mas, até que esse dia chegue, caso possas, manda-nos notícias, nem que seja através dos sonhos, pois que, embora alguns possam considerar isso fruto da imaginação, bem sei que às vezes é apenas a lembrança do reencontro.
Até breve, amigo.
Heitor Lacerda