17 de agosto de 2007

A sociedade da barbárie

A sociedade passa por um momento de extrema barbárie. Esta semana Belém foi tomada por atos de extremos, onde bandidos de forma ousada desenvolveram ações violentas deixando em pânico milhares de pessoas, no Iguatemi e na CEF Entrocamento. Porém, de forma emblemática foi o fato transmitido pela TV que retratava o espancamento de um deliquente, que havia assaltado e baleado uma jovem. Populares revoltados espancaram-no até a morte. Essa atitude só fortalece a sociedade da barbárie.
Não podemos retornar ao estado de natureza. Temos que repactuar as relações sociais de forma a estabelecer a Cultura da Paz. Penso que é hora do Movimento Lauande Vive, se manisfestar promovendo ações contra a violência. Iniciativas pequenas mas que possam encontrar eco na sociedade. Existem vários grupos organizados em Belém vítimas da violência que atuam em favor da paz, seria o momento oportuno para se fazer um chamamento para potencializarmos nossas forças e montar uma agenda da paz contra a violência.
Esse é um momento de imensa tristeza, mas temos que reagir de forma pacífica e organizada objetivando sensibilizar a sociedade e seus poderes para a crise de valores que estamos vivendo, onde a arte de viver ficou banalizada.
Abraços fraternos.
Carlos Farias.

3 comentários:

Yúdice Andrade disse...

Somando-me à proposta, destaco apenas que, enquanto as pessoas espancam o pivete na rua (que por sinal foi agarrado justamente por não ser nada além de um pivete), nada é feito de concreto para deter os criminosos que, efetivamente, tornam a sociedade mais insegura, inclusive aqueles que ocupam funções públicas. Refiro-me desde o mais simplório policial até os altos escalões governamentais.
Se nos convencemos de que governos são omissos, então nos cabe a própria ação.

Frederico Guerreiro disse...

O pivete espancado não morreu, não havia assaltado ninguém, foi apenas vítima do preconceito de um namorado metido a machão que suspeitou que ele iria roubar a bolsa de sua namorada, ao subir num ônibus.
O canal de televisão que divulgou que ele havia assaltado e atirado no pé da moça e, por isso, o apresentador sugeriu que fazer justiça pelas próprias mãos se justifica em função do aumento da criminalidade e da insegurança, é a quintessência de tudo o que não presta em jornalismo sensacionalista, ou seja, um "jornalismo", assim entre aspas, que vive da desgraça alheia.
O jovem espancado violentamente é de uma família pobre, vive com a mãe e mais quatro irmãos em uma área de ocupação, e não tinha entradas na polícia. Perdeu uma visão e ficou internado durante vários dias. Após receber alta, apresentou-se ao delegado responsável pelo caso e registrou queixa-crime por tentativa de homicídio.
Doravante, os bandidos, como nunca deixariam de ser em nenhuma circunstância, são os tais justiceiros do povo. Alguns já foram identificados e estão sendo procurados pela polícia.

Eduardo André Risuenho Lauande disse...

Valeu a informação Frederico. Ela corrobora ainda mais a tese que estamos vivendo em tempos de barbárie. Mais ainda, evidencia como instrumentos importantes que podem ajudar na construção da cultura da paz, como é o caso da imprensa, concorre para aumentar a violência.
Apesar do espancamento fico feliz que o menor barbarizado não morreu. Espero que o menor e sua família caminhe na busca da justica e da não violência.
Carlos Farias